A caminho de meio Século de atividade

Fundada em 06 de abril de 1975, a Cooperativa As Sete Bicas encontra-se ao momento a preparar o seu 49º aniversário, e a caminho de complementar meio Século de atividade.

Pretende a Direção que o momento do cinquentenário não seja meramente contemplativo e de justificada reflexão sobre o passado, enaltecendo justamente o caminho percorrido e os resultados alcançados. Para além isso, deseja-se, e prepara-se, que os 50 anos possam, igualmente, ficar a marcar um novo tempo de retoma de novas atividades de promoção habitacional pela sete bicas.

As autoridades públicas – Governo e Autarquias – a quem compete incentivar e apoiar tal desígnio, tão necessário quanto pertinente e urgente para o País, muito têm falado ultimamente dessa intenção, mas muito pouco, senão mesmo nada, têm feito par que tal possa acontecer.

A falta de apoios em matéria de cedência de terrenos a custos controlados, a par da inação do Estado quanto à concessão dos indispensáveis financiamentos em condições que possibilitem a construção de habitações a custos e condições acessíveis a quem delas carece, tem sido, efetivamente, a política que tem predominado.

Tendo convocado à reflexão deste tema os seus dirigentes, quadros técnicos e um conjunto diversificado de interessados em participar no processo que possa conduzir à retoma de construção com critérios de inovação e condições adequadas às novas necessidades e características da vida atual, a Cooperativa tem atualmente em curso um plano de estudo de desenvolvimento que procura encontrar formas de trabalho a partir de medidas de apoio que venham a ser implementadas na dinâmica do atual e próximo quadro politico e governativo.

Para além do sistema tradicional de construção para a modalidade de venda a custos controlados, está agora em cima da mesa a possibilidade de construção cooperativa destinada a arrendamento acessível, através de um inovador modelo de organização que envolva a criação de PPS (parcerias publico sociais) em que o Estado – Central ou Autárquico – possibilitará as condições e participará estruturalmente na conceção e gestão de uma nova figura cooperativa, a que poderão aderir os interessados no acesso à habitação pela via do arrendamento.

Esta poderá ser, na verdade, a possibilidade de uma nova geração de cooperativas com o foco de poder solucionar inúmeras carências habitacionais que o mercado não satisfaz e a que a promoção pública não corresponde nem contempla adequadamente, e será por aqui que a renovação e a possível retoma da Sete Bicas poderá evoluir proximamente.

É objetivo deste momento podermos vir a iniciar, ainda que a título experimental do modelo, um próximo projeto piloto pioneiro que possa vir a servir de teste à sua real capacidade e viabilidade futura, através de uma solução organizativa de promoção cooperativa que assente nos propósitos e princípios atrás referidos.

Quando os nossos 49 anos se apresentam como a meta mais imediata, e o horizonte do cinquentenário está já bem à vista, quem sabe possamos conseguir trabalhar a tempo e no sentido de que o processo político em curso possa, efetivamente, favorecer a nossa ambição pioneira em mais este desígnio pela afirmação e desenvolvimento da retoma do cooperativismo habitacional.

Senhora da Hora, janeiro de 2024

Guilherme Vilaverde